Antevejo dores
Tenho os sonhos de Cassandra
A me embalar
E não alivia o fato de que
Na tarde finda
Junto à mesa posta
Haja musica no ar
Prevejo abismos
Tenho os olhos de Tirésias
A me guiar
Caminho na estrada curva
O labirinto no fim
O risco da queda
E a incômoda junção dos muitos
Que dançam em mim
Não tenho, como Édipo, a duvidosa
Absolvição da ignorância
O pequeno diabo em meu ombro
Repete a sempre eterna pergunta: tudo outra vez?
E de longe me chegam as flores do sofrimento
E sua triste fragrância.
Bom saber que é um humano normal: além de nos fazer rir, tb carrega contigo a dor. A DOR !!!! Conheço-a bem, mais do que queria. Ouvi uns gritos dela ontem: ” tudo outra vez!”. Ela é muito versátil, vc sabe: nos sufoca, trapaceia, derruba, paralisa e embaça nossa visão. Desune…une… brinca perigosamente com nossa fragilidade. Mas mostra que estamos vivos; ainda! E, na real, “tudo outra vez” não existe: é só birra nossa. Já viu um dia se repetir igualzinho ao outro? Impossível! Aprendi que a mudança é contínua e inevitável. Boa ou ruim? Daí depende… Sei do nosso instinto pela sobrevivência (que bom) sem ela, apesar dela ou com ela, a dor. Apenas acho que mitomania não é uma boa saída. Há outras melhores…um abraço, por exemplo! Só não se perca de vc mesmo!
O homem profeta dele mesmo
Texto lindo e triste